O problema da superstição
Não é tarefa trivial abordar um assunto
dessa natureza. A superstição é a cereja do bolo de quase todos os cristãos que
conheço. É extremamente raro encontrar alguém que exerça sua fé de forma
saudável sem recorrer aos artifícios da superstição.
De maneira prática, a superstição pode
ser definida como o ato de acreditar que algo é promovido por Deus quando na
verdade Ele não tem participação nenhuma ou tem uma contribuição mínima. Quando
atividades meramente naturais ou humanas recebem uma roupagem de ação divina, a
superstição nasce. É a melhor estratégia para manter as pessoas dependentes de
um sistema religioso e técnicas humanas são habilmente e frequentemente
empregadas para isso.
Contudo, o maior impacto é descobrir que
na própria Bíblia, em particular, no Antigo Testamento, há uma grande
influência do sentimento supersticioso dos hebreus. O texto bíblico onde
praticamente não há qualquer vestígio de superstição (e é o mais seguro), são
as cartas de Paulo.
Para glorificar a Deus em sua vida não é
necessário recorrer a esse tipo de artifício. Fé e superstição não tem relação
nenhuma. Superstição é um sentimento humano, frágil e baseado em
sentimentalismos. Se você confia em superstições, em algum momento sofrerá
danos quando se deparar com a realidade dos fatos e da vida. O uso de
superstições é a melhor estratégia para manipular fatos e informações reais e
levar as pessoas a acreditarem em algo que não é verdade.
O leitor deve estar atento que há uma
gigantesca diferença entre a verdade e versões da verdade. As versões são
elaboradas de acordo com o interesse subjetivo pessoal de cada um e obedece ao
princípio da conveniência. O princípio da conveniência consiste em manipular
fatos e informações, até mesmo textos bíblicos, sempre que for conveniente a
interesses pessoais. É uma adaptação da verdade seguindo critérios meramente
humanos. Normalmente essa prática é extremamente desonesta, pois priva as
pessoas da verdade. Vamos a um exemplo simples.
Certa vez ouvi um sujeito dizer que
estava precisando de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Segundo ele, apenas falando
e declarando sua fé, conseguiu não apenas os oito mil, mas muito mais. O que há
de errado nesse discurso? Não posso entrar em maiores detalhes, mas o indivíduo
não contou que presta serviços para uma determinada empresa altamente
lucrativa. O que ele estava fazendo era despertar nas pessoas um sentimento
supersticioso, pois não contou detalhes reais sobre como obteve o dinheiro. Não
foi apenas declarando! Imagina você descobrir que aquilo que todos acreditavam
e diziam ser Deus foi algo meramente humano e natural sem intervenções divinas?
Ou imagine ainda descobrir que certos fatos que disseram ter ocorrido de uma
forma aconteceu na verdade de outra bem diferente? É bem melhor continuar no
mundo da fantasia se iludindo. Inevitavelmente, temos que concordar com Cypher,
personagem de Matrix:
Para evitar experiências dolorosas,
sugiro ao leitor que use como sua maior referência as cartas do apóstolo Paulo.
Você notará rapidamente que o foco de Paulo é o caráter e a dignidade da vida
cristã. As doutrinas constituem o segundo foco. Paulo não tem nada de
supersticioso, nem de manipulador e não é sensacionalista. Notavelmente, ele sempre
priorizava a transparência (II Co 1.12; 4.2; I Tm 1.5,19; II Tm 1.3), sem
adulterar (manipular) a Palavra de Deus. De início é bem difícil se livrar da
superstição, mas com o tempo se torna mais fácil.
Um abraço a todos!
Marconi
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